publicidade
Pelo menos no papel, o painel artístico de Teisuke Kumasaka na entrada do prédio da Associação Paulista de Medicina (APM), antiga Casa do Médico, na rua Treze de Maio, está protegido. A colocação do prédio à venda gerou várias manifestações, já publicadas pelo Debate, a respeito da preservação da obra. Nos últimos dias, uma faixa afixada (com fita adesiva) pela imobiliária sobre o painel aumentou os temores de deterioração.
Segundo Adilson Carlos Furlan Silvestrim, pesquisador da biografia de Kumasaka, o painel artístico ‘Médicos Analisando o Esqueleto Humano’ foi inaugurado em 20 de dezembro de 1962 com área total de 9,18 por 1,96 metros. Ele conta que na época, Teisuke comprou o forno de queima e produziu o primeiro painel em afresco na cerâmica, que ficou preservado, sem avarias e intacto durante 60 anos, sofrendo apenas a ação do tempo, que o deixou vulnerável.
A Academia Linense de Letras enviou ofício em 29/05/2023 à Secretaria de Cultura e Turismo, descrevendo as diversas obras públicas do artista na cidade, pedindo o tombamento e restauração de todas.
No início daquele mês, Matheus Pavezzi Ferreira registrou no Debate que ficou “preocupado com a preservação da obra em cerâmica” de Teisuke, e protocolou um requerimento na Prefeitura solicitando o seu tombamento.
Ouvida ontem pelo Debate, a diretora de cultura e turismo da Prefeitura, Maria Carolina, disse que o processo de tombamento do imóvel foi aberto no mês de maio, a partir de um requerimento apresentado por um munícipe. “Nós acatamos e informamos o proprietário do imóvel. Aberto o processo de tombamento as garantias da preservação são as mesmas de um patrimônio tombado, não pode haver dano e nem mexer sem autorização da Secretaria de Cultura”, alertou.
Maria Carolina enfatizou que já informou o presidente da Associação Paulista de Medicina de Lins e o presidente da entidade estadual.
A diretora acolheu a sugestão para colocar uma placa no local, informando tratar-se de um imóvel em processo de tombamento e que deve ser preservado.
Fita que prendia a faixa ficou no azulejo
Uma faixa de venda do prédio foi colocada sobre a pintura e fixada com fita adesiva. Após reclamação e alerta de que não poderia estar ali, foi retirada, mas os pedaços ficaram presos sobre o azulejo. A remoção desse material pode danificar a obra e será preciso a intervenção de um especialista em preservação para removê-las em segurança.