Um homem de 89 anos, com comorbidade, é a terceira vítima fatal da dengue neste ano em Lins. Há, ainda, uma morte suspeita sob investigação. Até ontem, Lins computava 271 registros positivos e 500 em investigação.

Os números foram atualizados ontem à tarde pela secretária de saúde, Sílvia Vasconcelos, durante entrevista coletiva, na companhia do prefeito dr. João Pandolfi, do vice dr. André Kodjaoglanian, da diretora da Vigilância Epidemiológica, Mariana Batelochi, e do secretário de comunicação, Rafael Lopes. Também estavam presentes o presidente da Câmara, Tutty Pereira, e os vereadores Robson Peres, Édson Gabriel, Ana Paula, Tania Bueno, Wesley e Capitão Lourenço.

O prefeito dr. João Pandolfi lamentou as mortes e disse que a Prefeitura tem atuado intensamente no enfrentamento da proliferação do mosquito transmissor. Citou os investimentos, como a contratação de dez agentes de campo, uso de máquina de fumacê costal, além da utilizada em veículo, da entrega de repelente para o público de risco, instalação de estações disseminadoras de larvicida e teste rápido. Serão colocados dispersores de repelentes em 35 locais de atendimento público.

Segundo o prefeito, para alguns especialistas, a dengue deixou de ser uma doença sazonal, o que exige atenção redobrada de todos. A partir de informações que obteve com o governador Tarcísio, o prefeito falou da expectativa de que a vacina contra a dengue só chegará à rede pública no ano que vem ou em 2027.

Dez roçadeiras reforçarão o trabalho de limpeza de terrenos e a fiscalização será intensificada. O prefeito declarou guerra ao descarte irregular de lixo e exibiu fotos de vários locais, onde a Prefeitura fez a limpeza e dias depois havia lixo novamente. Além dos ficais de posturas, a Guarda Civil Municipal, com uso de drones, também atuará para identificar as pessoas que jogam lixo em locais impróprios. “Nós precisamos do apoio do particular, porque muitas larvas procriam em áreas particulares e precisamos da ajuda da população para combater o mosquito”, afirmou. Pandolfi lançou o mês D de Combate ao Mosquito, iniciado ontem.

Vírus tipo II

Em 2023, Lins registrou oito mortes por dengue e centenas de casos positivos. No ano passado, nenhuma morte e menos doentes. Diante desse cenário, a secretária de saúde explicou que este ano voltou a circular, após dez anos, o vírus tipo II, o que, na sua opinião, tem refletivo no aumento de casos e mortes. “O vírus tipo II não foi encontrado em 2023, quando tivemos oito óbitos. O vírus que circulava naquele momento era tipo I. Neste ano temos o tipo II e parte da população não está imunizada e vai desenvolver a doença da forma mais grave, em especial, aquelas pessoas com comorbidades (paciente acamado, idoso, com patologias que já interferem no sistema de coagulação, que é o que a dengue afeta). Estamos com um sorotipo diferente que já circulou anos atrás e voltou, e tem menos gente imune”, explicou Silvia.